Outono

 
 E agora que meu ventre está gerando o que vai poder me matar, baby, eu só quero ir embora. Vou ligar para meus amigos e dizer que está tudo bem, é temporário. Amenizar antes que algo pior aconteça e não tenha como falar. Vou perguntar sobre o projeto de vida que eles têm e sorrir com eles. Vou rir e gargalhar do sarcasmo, mas baby, quando isso acabar, me leve daqui.
 O Sol está se sentando todo formoso e gordo para assistir. Meu pai está rico, ela está cada dia mais bonita (ao mesmo pé que está ranzinza), Anna crescerá muito segura desse mundo. Baby, está ficando tarde e eu tenho que ir.
 Sabe do que mais vou lembrar? Do sofá laranja. Eu já sorrio esperançosa toda vez que lembro dele. Noites nele, algumas noites difíceis de se passar, algumas noites facilmente assobiáveis. Terei mais saudades dele.
 Meu amor, é inútil fingir que eles nunca virão me buscar. Eles já estão aqui começando a levantar poeira perto de mim. Eu vi. Não sonhei ou devaneei. Eu vi. Vi vinte e sete cavalos se alinhando no monte. Eles desenhavam um novo Sol com suas silhuetas fortes, mas agora descem à galope para me encontrar. Baby, por que o tempo não me ama? Eu sempre guardei relógios para que de alguma forma eu pudesse guardar um pouco de tempo, mas ele sempre me teve cativa. Parece que sempre vou chegar atrasada.
 Acho que nesse rio de largas margens não vou entrar. Vou me apressar para o Oceano para apreciar os que me têm com apreço. HaHa! Viu como as palavras se encaixam? É tão engraçado. Eu vou dançar talvez mais uma música e olhar os barquinhos deslizarem no espelho azul.
 Baby, eu estou pronta. Pegue minha mão e me leve para o mar. Não esqueça meus óculos. Morrer é simplesmente lindo.

What do u think about the bomb?


E já que você não me ama... Já que você não me quer... Eu quero é que você se lasque! quero que você se dane! Quero que você se hospede na morada do Capeta, e no caldeirão da morte, quero que ele te derreta.

Na sopa do Cão... No caviar do Capeta... Na sopa do Cão... No caviar do Capeta... Na sopa do Cão... No caviar do Capeta... Na sopa do Cão...


E já que você não me aceita nem mesmo entre seus amigos, eu quero é que você se exploda! Quero que você faleça! E que você desencarne no habitat do chifruudo, e no dendê da desgraça você seja o conteúdo.

No vatapá do Cão... No acarajé do Capeta... No vatapá do Cão... No acarajé do Capeta... No vatapá do Cão... No acarajé do Capeta... No vatapá do Cão... No acarajé do Capeta...

E já que você me humilha dizendo que eu sou um fraco, desejo um cancer maligno bem no meio do seu saco. Que o rabudo te tempere, e te corte em pedacinhos, amacie a tua carne e te enfie uns palitinhos!

 No churrasco do Cão... Com a cerveja do Capeta... No churrasco do Cão... Com a cerveja do Capeta... No churrasco do Cão... Com a cerveja do Capeta...


Paulo Dagomé

HurricAnne

Sakuro Aoyama

Agora senta aí, que quero falar. Já passei tempo demais tentando ironizar e ignorar esse teu comportamento que não entendo hoje e nunca entenderei. Quer saber o que tenho pra te dizer? Aí vai: CHEGA! Estou farto de ter que te ouvir sendo falsa e vítima de tudo o que você mesma cria. Cresça! Já não tem quem fique tentando consertar teus erros, e isso também me inclui no pacote. Estou definitivamente decidido à não ter dúvidas sobre você.

Teus olhos cínicos brilham toda vez que me veem afundando em ti. Tua boca foi feita para engolir o pequeno sorriso que carrego. É quase impossível acreditar que o que você acha bom em mim, é o fato de eu ter você. Diz estar decepcionada e triste com minhas atitudes tão leviano com você. Mas você me fez assim. Gerou e me criou para que um dia trocássemos golpes. Agora, não reclame se farei isso.

Cansei de teu ar reprovador, tua insegurança exarcebada, teus joguinhos juvenis de "eu não sou mais sua amiga", de teu ego com pinta de superioridade. Eu rejeito qualquer falsa expressão de afeto que venha de você, filha do cão! Canto para ti, Vatapá como se fosse feita para você. Eu quero distância de teu perfume e não quero tua comida. Não há graça e nem ternura em teu colo.

A partir de hoje te chamarei pelo nome e nunca mais deixarei eu passar noites em claro pensando no por quê de ter que conquistar o teu amor, algo que deveria vir gratuíto e incluso na caixa. Agora sou eu que queria ter sido o teu aborto. Eu que quero não ter saído de ti. Me emancipo de tua presença, teus credos e teu tão imaculado caráter.

Hoje eu assumo todas as culpas para teu bel-prazer. Deixo-te até pensar que sou feliz com tua presença, enquanto, hoje sim, desejo a morte a ter que te ouvir mais uma vez. Cabeça tele-guiada e alienada de si mesma. Acabou os dias em que você afasta de mim todos os meus amores. Hoje eu só amo o que você nunca vai amar ou amou na vida: EU MESMO.