torço para que teus longos cílios me cubram nas noites frias dessa Brasília
me converto e rezo para que tua barba me aqueça quando o gelo entrar pela porta que ficou aberta
suplico que o peso que ainda resta e segura meus pés passe para que meu corpo seja leve e vivo nas tuas mãos
quero que me devore como quem come pêra suculenta depois da última ponta e quero que me toque como se eu fosse a velha guitarra no canto da parede do seu quarto
espero que a distância entre nossos lábios seja apenas o feixe de luz que evidencia a quente fumaça que sai da nossa boca
e que haja luz contra o vidro e que haja escuridão entre nossos corpos e que seja. que apenas seja.

Nenhum comentário:

Postar um comentário